sábado, 12 de julho de 2014

Ela disse que sou mala


Ela perguntou meu signo, de pronto eu disse gêmeos. Um elogio eu aguardei, afinal eu via nela brilhante inteligência, que sabia interpretar os recados do zodíaco.
Mas ela apenas disse: Chiii, isso é muito case!
Na hora eu não liguei, mas depois fiquei grilado por não saber a tradução da palavra no velho e bom português. Humilhado, decidi finalmente estudar inglês. 
Em casa, voei ao dicionário: case é “causa”, “questão”, e mais outros adjetivos... Até que veio a revelação: case também significa “mala!”.
Penei pra assimilar que ela (num cruzado em minha cara) disse que eu sou um delirante mala!
A star nunca ligou para os meus sonhos de ganhar na loteria, estudar algumas línguas e pelo mundo viajar.
Tão brabo eu fiquei, a ponto de inventar mil defeitos daquela megera cheia de dedos.
Como pode falar do poeta, uma garota que se exibe na passarela cheia de tatuagens e piercings, como se fosse imitação barata de Gisele Bündchen?
Nunca chamaria de mala se soubesse que tenho planos secretos de escrever grande obra que abrirá todas as portas e me fará pertencer à Academia de Letras.
Meu consolo é saber que posso superar sua crítica com muita força de vontade: ser um mala pra ela e um virtuoso pra comunidade!
Tarde eu descobri os motivos pra ser tão mala. É que ela volta e meia diz:
Não te faça de difícil. Não invente um roteiro, não critique meu script. Não me venha com milongas, não te ache songamonga. Não me roube a paciência, é impossível amar sem rir dessa cara de guri. Um romance apimentado, risos, lágrimas inocentes, amar de noite e de dia, amor cheio de repentes. Amar com rima ou sem rima, teu amor nem de longe se aproxima de roteiro pra obra-prima!
E no final ela elevou o som:
Se você quiser romance, é melhor escrever um!

(TIRADAS do Teco, o poeta sonhador)

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Quando alguém desapaixona


Quando alguém desapaixona
não fica mais vermelho
o coração não dispara
quando a criatura passa

quando a gente desapaixona
do amor sobra desgraça
a paixão vira fumaça

mas não ganhamos sossego
a loucura não silencia
na hora mais solitária
dá uma vontade danada
de devorar cada sonho
                   da padaria

quando a gente desapaixona
as ondas do mar se acalmam
prometemos voltar a estudar
prometemos arrumar o quarto

levar todo lixo pra rua
e dar um jeito na vida

basta desapaixonar
pra tudo virar rotina.

(TIRADAS do Teco, o poeta sonhador)

sábado, 21 de junho de 2014

Comedor de gilete (pau de arara) - Carlos Lyra (cantado por Ari Toledo).


http://letras.mus.br/carlos-lyra/576933/

(Cantado) Eu um dia cansado que tava da fome que eu tinha
Eu não tinha nada que fome que eu tinha
Que seca danada no meu Ceará
Eu peguei e juntei um restinho
De coisas que eu tinha
Duas calça velha e uma violinha
E num pau-de-arara toquei para cá
E de noite eu ficava na praia de Copacabana
Zanzando na praia de Copacabana
Cantando o xaxado pras moças olhar
Virgem Santa! Que a fome era tanta
Que nem voz eu tinha
Meu Deus quanta moça, que fome que eu tinha...
Zanzando na praia pra lá e pra cá

(Recitado) Foi aí então que eu arresolvi a comer gilete...Tinha um cumpadre meu lá de Quixeramubim que ganhou um dinheirão comendo gilete na praia de Copacabana. Eu não sei não, mas eu acho que ele comeu tanta, mas tanta, que quando eu cheguei lá aquela gente toda já estava até com indigestão de tanto ver o cabra comer gilete. Uma vez eu disse assim prum moço que vinha passando: Ô decente, vosmecê não deixa eu comer uma giletezinha pra vosmecê ver?
"Tu não te manca não, ô Pau-de-Arara?"
"Só uma, que eu ainda não comi nadinha hoje."
"Você enche, ein?"
Aquilo me deixou tão aperreado que se não fosse o amor que eu tinha na minha violinha, eu tinha rebentado ela na cabeça daquele...filho de uma égua!

(Cantado) Puxa vida, não tinha uma vida pior do que a minha
Que vida danada que fome que eu tinha
Mais fome que eu tinha no meu Ceará
Quando eu via toda aquela gente num come-que-come
Eu juro que tinha saudade da fome
Da fome que eu tinha no meu Ceará
E aí eu pegava e cantava e dançava o xaxado
E só conseguia porque no xaxado
A gente só pode mesmo se arrastar
Virgem Santa! A fome era tanta que mais parecia
Que mesmo xaxando meu corpo subia
Igual se tivesse querendo voar

(Recitado) Às vezes a fome era tanta que volta e meia a gente arrumava uma briguinha pra ver se pegava a bóia lá do xadrez. Êta quentinho bom no estômago! Com perdão da palavra, a gente devolvia tudo depois, que a bóia já vinha estragada. Mas enquanto ela ficava quietinha lá dentro, que felicidade! Não, mas agora as coisas tão melhorando. Tem uma dona lá no Lebron que gosta muito de ver é eu comer caco de "vrídrio". Com isso eu já juntei uns quinhentos merréis. Quando juntar um pouco mais, vou-me embora, volto pro meu Ceará!

(Cantando) Vou voltar para o meu Ceará
Porque lá tenho nome
Aqui não sou nada, sou só Zé-com-fome
Sou só Pau-de-Arara, nem sei mais cantar
Vou picar minha mula
Vou antes que tudo rebente
Porque tô achando que o tempo tá quente
Pior do que anda não pode ficar!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

# Não vai ter copa




Não vai ter copa não vai ter capa não vai ter culpa não vai ter copo não vai ter coca. Tende piedade, Senhor. Não vai ter copa não vai ter treco não vai ter truque não vai ter trunfo não vai ter troco. Tende piedade, Senhor. Não vai ter copa não vai ter bola não vai ter beijo não vai ter pão não vai ter queijo. Tende piedade, Senhor. Não vai ter copa não vai ter dança não vai ter samba não vai ter bomba não vai ter dor. Tende piedade, Senhor. Não vai ter copa não vai ter fome não vai ter sede não vai ter sono não vai ter sonho. Tende piedade, Senhor. Não vai ter copa não vai ter galho não vai ter tronco não vai ter fruto não vai ter flor. Tende piedade, Senhor. Não vai ter copa não vai ter poste não vai ter ponte não vai ter puta não vai ter pão. Tende piedade, Senhor. Não vai ter copa não vai ter céu não vai ter sol não vai ter sim não vai ter sul...
Tende piedade, Senhor.


(Inspirado no poema "O desespero da piedade", de Vinicius de Morais, transcrito abaixo).



Meu senhor, tende piedade dos que andam de bonde
E sonham no longo percurso com automóveis, apartamentos...
Mas tende piedade também dos que andam de automóvel
Quando enfrentam a cidade movediça de sonâmbulos, na direção.

Tende piedade das pequenas famílias suburbanas
E em particular dos adolescentes que se embebedam de domingos
Mas tende mais piedade ainda de dois elegantes que passam
E sem saber inventam a doutrina do pão e da guilhotina.

Tende muita piedade do mocinho franzino, três cruzes, poeta
Que só tem de seu as costeletas e a namorada pequenina
Mas tende mais piedade ainda do impávido forte colosso do esporte
E que se encaminha lutando, remando, nadando para a morte.

Tende imensa piedade dos músicos dos cafés e casas de chá
Que são virtuoses da própria tristeza e solidão
Mas tende piedade também dos que buscam silêncio
E súbito se abate sobre eles uma ária da Tosca.

Não esqueçais também em vossa piedade os pobres que enriqueceram
E para quem o suicídio ainda é a mais doce solução
Mas tende realmente piedade dos ricos que empobreceram
E tornam-se heróicos e à santa pobreza dão um ar de grandeza.

Tende infinita piedade dos vendedores de passarinhos
Que em suas alminhas claras deixam a lágrima e a incompreensão
E tende piedade também, menor embora, dos vendedores de balcão
Que amam as freguesas e saem de noite, quem sabe onde vão...

Tende piedade dos barbeiros em geral, e dos cabeleireiros
Que se efeminam por profissão mas que são humildes nas suas carícias Mas tende mais piedade ainda dos que cortam o cabelo:
Que espera, que angústia, que indigno, meu Deus!

Tende piedade dos sapateiros e caixeiros de sapataria
Que lembram madalenas arrependidas pedindo piedade pelos sapatos
Mas lembrai-vos também dos que se calçam de novo
Nada pior que um sapato apertado, Senhor Deus.

Tende piedade dos homens úteis como os dentistas
Que sofrem de utilidade e vivem para fazer sofrer
Mas tende mais piedade dos veterinários e práticos de farmácia
Que muito eles gostariam de ser médicos, Senhor.

Tende piedade dos homens públicos e em particular dos políticos
Pela sua fala fácil, olhar brilhante e segurança dos gestos de mão
Mas tende mais piedade ainda dos seus criados, próximos e parentes
Fazei, Senhor, com que deles não saiam políticos também.

E no longo capítulo das mulheres, Senhor, tende píedade das mulheres 
Castigai minha alma, mas tende piedade das mulheres
Enlouquecei meu espírito, mas tende piedade das mulheres
Ulcerai minha carne, mas tende piedade das mulheres!

Tende piedade da moça feia que serve na vida
De casa, comida e roupa lavada da moça bonita
Mas tende mais piedade ainda da moça bonita
Que o homem molesta – que o homem não presta, não presta, meu Deus!

Tende piedade das moças pequenas das ruas transversais
Que de apoio na vida só têm Santa Janela da Consolação
E sonham exaltadas nos quartos humildes
Os olhos perdidos e o seio na mão.

Tende piedade da mulher no primeiro coito
Onde se cria a primeira alegria da Criação
E onde se consuma a tragédia dos anjos
E onde a morte encontra a vida em desintegração.

Tende piedade da mulher no instante do parto
Onde ela é como a água explodindo em convulsão
Onde ela é como a terra vomitando cólera
Onde ela é como a lua parindo desilusão.

Tende piedade das mulheres chamadas desquitadas
Porque nelas se refaz misteriosamente a virgindade
Mas tende piedade também das mulheres casadas
Que se sacrificam e se simplificam a troco de nada.

Tende piedade, Senhor, das mulheres chamadas vagabundas
Que são desgraçadas e são exploradas e são infecundas
Mas que vendem barato muito instante de esquecimento
E em paga o homem mata com a navalha, com o fogo, com o veneno.

Tende piedade, Senhor, das primeiras namoradas
De corpo hermético e coração patético
Que saem à rua felizes mas que sempre entram desgraçada
Que se crêem vestidas mas que em verdade vivem nuas.

Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade.

Tende infinita piedade delas, Senhor, que são puras
Que são crianças e são trágicas e são belas
Que caminham ao sopro dos ventos e que pecam
E que têm a única emoção da vida nelas.

Tende piedade delas, Senhor, que uma me disse
Ter piedade de si mesma e de sua louca mocidade
E outra, à simples emoção do amor piedoso
Delirava e se desfazia em gozos de amor de carne.

Tende piedade delas, Senhor, que dentro delas
A vida fere mais fundo e mais fecundo
E o sexo está nelas, e o mundo está nelas
E a loucura reside nesse mundo.

Tende piedade, Senhor, das santas mulheres
Dos meninos velhos, dos homens humilhados – sede enfim
Piedoso com todos, que tudo merece piedade
E se piedade vos sobrar, Senhor, tende piedade de mim!

Link: http://www.vagalume.com.br/vinicius-de-moraes/o-desespero-da-piedade.html#ixzz34oMbr1pr

sábado, 14 de junho de 2014

Deus é Naja - Caio Fernando Abreu

Estás desempregado? Teu amor sumiu? Calma: sempre pode pintar uma jamanta na esquina.
Tenho um amigo, cujo nome, por muitas razões, não posso dizer, conhecido como o mais dark. Dark no visual, dark nas emoções, dark nas palavras: darkésimo. Não nos conhecemos a muito tempo, mas imagino que, quando ainda não havia darks, ele já era dark. Do alto de sua darkice futurista, devia olhar com soberano desprezo para aquela extensa legião de paz e amor, trocando flores, vestida de branco e cheia de esperança.

Pode parecer ilógico, mas o mais dark dos meus amigos é também uma das pessoas mais engraçadas que conheço. Rio sem parar do humor dele- humor dark, claro. Outro dia esperávamos um elevador, exaustos no fim da tarde, quando de repente ele revirou os olhos, encostou a cabeça na parede, suspirou bem fundo e soltou essa: -"Ai, meu Deus, minha única esperança é que uma jamanta passe por cima de mim..." Descemos o elevador rindo feito hienas.

Devíamos ter ido embora, mas foi num daqueles dias gelados, propícios aos conhaques e às abobrinhas. Tomamos um conhaque no bar. E imaginamos uma história assim: você anda só, cheio de tristeza, desamado, duro, sem fé nem futuro. Aí você liga para o Jamanta Express e pede: -"Por favor, preciso de uma jamanta às 30h15, na esquina da rua tal com tal. O cheque estará no bolso esquerdo da calça". Às 20h14, na tal esquina (uma ótima esquina é a Franca com Haddock Lobo, que tem aquela descidona) , você olha para esquina de cima. E lá está- maravilha!- parada uma enorme jamanta reluzente, soltando fogo pelas ventas que nem um dragão de história infantil. O motorista espia pela janela, olha para você e levanta o polegar. Você levanta o polegar: tudo bem. E começa a atravessar a rua. A jamanta arranca a mil, pneus guinchando no asfalto. Pronto: acabou. Um fio de sangue escorrendo pelo queixo, a vítima geme suas últimas palavras: -"Morro feliz. Era tudo que eu queria..."

Dia seguinte, meu amigo dark contou: - "Tive um sonho lindo. Imagina só, uma jamanta toda dourada..." Rimos até ficar com dor na barriga. E eu lembrei dum poema antigo de Drummond. Aquele Consolo na Praia, sabe qual? "Vamos não chores / A infância está perdida/ A mocidade está perdida/ Mas a vida não se perdeu" – ele começa, antes de enumerar as perdas irreparáveis: perdeste o amigo, perdeste o amor, não tens nada além da mágoa e solidão. E quando o desejo da jamanta ameaça invadir o poema – Drummond, o Carlos, pergunta: "Mas, e o humour?" Porque esse talvez seja o único remédio quando ameaça doer demais: invente uma boa abobrinha e ria, feito louco, feito idiota, ria até que o que parece trágico perca o sentido e fique tão ridículo que só sobra mesmo a vontade de dar uma boa gargalhada. Dark, qual o problema?

Deus é naja - descobrimos outro dia.

O mais dark dos meus amigos tem esse poder, esse condão. E isso que ele anda numa fase problemática. Problemas darks, evidentemente. Naja ou não, Deus (ou Diabo?) guarde sua capacidade de rir descontroladamente de tudo. Eu, às vezes, só às vezes, também consigo. Ultimamente, quase não. Porque também me acontece – como pode estar acontecendo a você que quem sabe me lê agora - de achar que tudo isso talvez não tenha a menor graça. Pode ser: Deus é naja, nunca esqueça, baby.

Segure seu humor. Seguro o meu, mesmo dark: vou dormir profundamente e sonhar com uma jamanta. A mil por hora.

domingo, 8 de junho de 2014

Joia rara


Ela disse às amigas:
"Eis aqui a joia rara".

Linda e altruísta
jogou-me a isca
e flechou o coração
do tubarão anarquista.

Presa fácil
um frágil solitário
guloso de aventuras
tornei-me agora
peixinho de aquário.

Prêmio dourado
a ser exibido
em nobre horário
às tantas da tarde
em sua doce
e pacata cidade.

Nobre horário
doce fim de tarde
desde o começo
o seu feitiço
virou-me do avesso.

Hoje eu desenho
coraçõezinhos flechados
nas árvores do bairro.

Ela não tem tempo
pra me sentir e me ver
então eu devoro 
trevos de bem 
e mal querer.

Bem-me-quer
mal-me-quer
o poeta sonhador 
naufragou na maré 
desse amor!

terça-feira, 3 de junho de 2014

Divagar


Com esse jeito di-va-gar
nunca serei o homem
mais procurado 
do mundo.

Snowden Sadan Bin Laden
nem artista velocista famoso

Divagar
não serei nem médico
nem monstro.

Divagar vagueio
como as estrelas 
fugazes e cadentes

divagar
nunca serei 
teu príncipe
mais importante.

Arranchado
com dona preguiça
sou monstro qualquer
a di-va-gar no lago Ness.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

I Colóquio Regional de Formação de professores


Nos dias 22 e 23 de maio apresentamos oficina com o seguinte tema: "Contar e escrever histórias: possibilidades de  emancipação (cura) individual e social".

I Colóquio Regional Formação de Profissionais em Educação
O Instituto Federal Farroupilha - Câmpus Santo Augusto realizou, de 21 a 23 de maio, em parceria com o Grupo de Pesquisa Formação Cultural, Hermenêutica e Educação da Universidade Federal de Santa Maria e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura do Município de Santo Augusto, o I Colóquio Regional Formação de Profissionais em Educação: Catástrofes, Formas de Resistência e Possibilidades de Transformação.
A solenidade de abertura, realizada na noite de quarta-feira, no Clube 7 de Setembro de Santo Augusto, contou com a presença da Diretora Geral do Câmpus Santo Augusto, Verlaine Denize Brasil Gerlach; do Prefeito de Santo Augusto, José Luiz Andrighetto; da Diretora de Ensino do Câmpus Santo Augusto, Clarinês Hames; da Secretária Municipal de Educação de Santo Augusto, Zaira Dias Meirelles Rotilli; da Diretora de Pesquisa Extensão e Produção do Câmpus Santo Augusto, Leidi Daiana Preichardt; do Vice-presidente da Câmara de Vereadores, Ultramar Luiz de Souza; da Coordenadora Geral do Evento, Teoura Benetti; bem como os mais de 400 inscritos.
Na ocasião, os participantes assistiram a apresentação do Grupo de Violão Encanto, da Escola Municipal Antonio João e na sequência a conferência de abertura, intitulada "Resistência, cidadania e educação no contexto pós-traumático", mediada pelo professor do Câmpus Santo Augusto, Me. Mauricio Cristiano de Azevedo, e proferida pelos professores, Dr. Amarildo Luiz Trevisan (UFSM) e Dr. Geraldo Antônio da Rosa (UNC/UNIPLAC).
O evento, promovido através de um projeto de extensão, coordenado pela professora Téoura Benetti, direcionado aos professores e servidores técnicos administrativos das escolas das redes de ensino de Santo Augusto e região, assim como aos acadêmicos do Curso de Licenciatura em Computação do Câmpus Santo Augusto, teve como objetivo principal, promover a formação continuada e estimular o debate em educação.
A programação continuou na manhã de quinta-feira, dia 22, com as palestras: "A (in) sustentável dureza do ser: a questão do medo e da desconfiança como geradoras da busca do controle", ministrada pelo professor Dr. Valdo Barcelos (UFSM), e "O reconhecimento da figura docente diante dos traumas cotidianos", ministrada pela professora Drª. Maiane Hatschbach Ourique (UNIPAMPA). À tarde ocorreram os minicursos e à noite o cine debate como a exibição do filme "Utopia e Barbárie", dirigido por Silvio Tendler.
Na manhã de sexta-feira, dia 23, ocorreram as palestras: "Catástrofe: fazer e sofrer o mal", com o professor Dr. Noeli Dutra Rossatto (UFSM), "Resiliência ao trágico na vivência docente/discente, saber fazer ou saber expressar" com a psicóloga Fabiane Bortoluzzi Angelo (psicóloga do Instituto Condor e Coordenadora do GT Ações por Santa Maria) e "Histórias de fins...histórias sem fins: dor e sinais de recuperação nos espaços público e privado", com a psicóloga Rosana DOrio Boherer (Pós Doutoranda na UFSM, psicóloga do Instituto Condor e Coordenador do GT Ações por Santa Maria). À tarde foram concluídos os minicursos e à noite, encerrando a programação, ocorreu o cine debate com a exibição do filme "Edukators" dirigido por Hans Weingartner.
Carla Maron
Jornalista do Instituto Federal Farroupilha - Câmpus Santo Augusto
Outras fotos no site http://www.sa.iffarroupilha.edu.br/site/conteudo.php?cat=13&sub=2376

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Coragem!


Contracene
agarre o
mistério!

É o mágico
momento
de sabor
cítrico

sentimento frágil
um desejo místico

momento ébrio
que se conta no dedo...

Cadê a coragem
pra se livrar
desse medo?!

terça-feira, 27 de maio de 2014

O Bandido sabia...




Me parece que boa parte do que rola no facebook começa a fazer sentido ao ler este poema do Paulo Leminski:

“Merda é Ouro

MERDA É OURO

Merda é veneno.
No entanto, não há nada
que seja mais bonito
que uma bela cagada.
Cagam ricos, cagam pobres,
cagam reis e cagam fadas.
Não há merda que se compare

à bosta da pessoa amada.”

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Bartolomeu Júnior, o porco de Porto Alegre




Porto Alegre amanheceu interiorana nesta quarta-feira. Enquanto os moradores da suposta metrópole dormiam, um porco de 250 quilos flanava pelas ruas da zona leste da Capital.
Branco, pelos cor creme, focinho rosado, ainda não castrado e com rabo não enroscado, o animal circulou pela Avenida Ipiranga até ser amarrado a uma árvore, pouco antes das 6h, na esquina da Avenida Cristiano Fischer com Avenida Ceres, nas adjacências de um posto BR.
A piada que corria nas ruas era de que o porco havia aproveitado para passear por causa das sinaleiras lentas — referência aos testes feitos pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) na terça-feira pela manhã. A saga suína só seria desvendada uma hora mais tarde, quando o animal foi levado pelo motorista Benhur Barcelos Lopes para uma zona mais tranquila na Avenida Ceres, passando o motel P90. Lopes amarrou o porco e tentou fazê-lo se deitar.
— Faz cócega na paleta que ele deita — sugeriu o também motorista Flávio dos Santos da Cunha, que contou que o pai criava animais no Interior.

O animal, contudo, ignorou o carinho recebido. Quem passava pelo local é que não o ignorava: as pessoas o filmavam e o fotografavam compulsivamente. Se despertava simpatia em alguns, para a maioria, o porco identificado mais tarde como Bartolomeu Júnior, representava fogo, espeto e carne. A maior parte das piadas tinha alguma referência a churrasco.
Parte do mistério foi solucionado às 6h50min com a chegada de Teli Moreira Domingues, que disse ser sócio do dono do porco. Domingues não soube dizer o nome do animal, mas esclareceu a origem: um chiqueiro na vila Bom Jesus, onde morava com outros seis animais. Ele havia descoberto o paradeiro do porco na rádio Farroupilha e correu para lá para cuidar do seu patrimônio enquanto esperava o sócio chegar com com o transporte.
Outras pessoas, como a dona de casa Madalena Schmitz Cruz, também estavam preocupadas com a integridade física do bicho:
— Coitado, tadinho. Achei o pessoal da obra que ia carnear ele — disse .
Às 7h15min, o dono do animal chegou com uma caminhonete Fiorino bordô já com uns bons anos de uso. Gilson (não quis dizer o nome completo), 54 anos, deu os detalhes que faltavam: o nome do bicho (Bartolomeu Júnior), o preço (R$ 2 mil) e causa pouco nobre da fuga:
— Quebrou o chiqueiro para ir atrás de uma porca!
Junto, Domingues, a quem o sócio chamava de Bigode, e Gilson tentaram colocar o porco dentro da caminhonete. Não conseguiram. Gilson ainda convocou alguns transeuntes, mas ninguém prontificou. Com suor escorrendo pelo rosto, ele condenou o egoísmo humano.
Bartolomeu começou então a soltar os primeiros guinchos de desconforto e, quem sabe, revolta. Amarrado a uma árvore por duas cordas, ele começou se debater e conseguiu se soltar de uma delas. A corda teve de ser recolocada no pescoço duas vezes. Os dentes de Bartolomeu apareceram pela primeira vez.
No meio tempo, Gilson buscou reforços, dobrou o egoísmo humano e voltou com mais duas pessoas às 7h45min. Em cinco, eles ergueram os 250 quilos de guinchos e revolta e prenderam Bartolomeu na traseira da Fiorino. Trancafiado, amarrado dentro do camburão informal, o animal aceitou a nova condição, acalmou-se e voltou para a "estância" da qual veio na Vila Bom Jesus. A aventura suína havia acabado.
Claudio Goldberg Rabin - Zero Hora

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...