sexta-feira, 26 de junho de 2009
ADELIA PRADO - BAGAGEM
quinta-feira, 25 de junho de 2009
LÓGICA - Sidónio Muralha
domingo, 21 de junho de 2009
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OS SONHOS DE DICÃO
IN: Jorge Luis Borges. Livro dos sonhos).
Todo homem acordado habita um mundo comum; porém cada um pensa que habita seu próprio mundo quando dorme (sonha); acordado, conversa com o mundo da natureza; dormindo, com seu mundo particular... (Joseph Addison. Op. Cit. P. 60).
Há poetas que disseram que a vida dos homens é a sombra de um sonho e há filósofos que sugeriram que a realidade é uma alucinação. (Giovanni Papini. Op. Cit. P. 64).
Os sonhos desejam coisas estranhas! E eles são nossos sonhos! Então, se desejam coisas estranhas, nós também desejamos coisas estranhas... Todos ouvimos a sua voz. O problema é que os sonhos nos visitam quando menos esperamos! E estamos sozinhos na hora de escutar o que eles querem nos dizer!... Apesar de muitos afirmarem que sabem com certeza o que eles nos vem dizer. Os sonhos, ah!... Os sonhos... vai chegar o dia em que desvendaremos cada um de seus segredos!...
Dicão sonha muito. É que nos sonhos sua Voz Interior vem-lhe falar. Desde os tempos antigos até hoje, muitos adultos dizem que sabem o que é a voz interior...Mas uns não concordam com os outros... Alguns acham que a voz interior é Deus falando com a gente. Outros dizem que são energias, forças, que sempre existiram no universo... Outros dizem que é a nossa própria voz, que fica nos pregando peças e não nos deixa saber quem é... Pode ser nossa própria memória, aquele baú onde guardamos as lembranças do que vivemos no passado e que foi tão bom que não queremos nunca mais esquecer, e que foi ensinado pelos mais velhos, como nossos pais, avós e bisavós...
Também dizem que os sonhos revelam o que aconteceu em distantes lugares do mundo. Ou são previsões do que ainda vai acontecer.
Já que dizem tanta coisa, o melhor é não esquentar a cabeça...
O que importa é que, por ser um grande dorminhoco, Dicão recebe com freqüência a visita de sua voz interior... E é por isso que ele dorme tanto!... Dizem seus amigos que ele dorme demais!... Alguns acham que ele toma umas porcarias para dormir e sonhar!...
Uma vez Dicão reclamou com seus amigos de que as histórias são sempre contadas quando as pessoas estão acordadas. Por que não escutar as histórias das pessoas quando dormem? Foi aí que ele lembrou a todos que, quando dormimos, sonhamos. E os sonhos contam histórias muito importantes. Foi assim que Dicão narrou seus sonhos, e as mensagens que ele achou que transmitiam. Ele disse que não precisou da ajuda da cartomante para decifra-los!...
Um dia sonhou que caminhava pelas ruas. Era uma manhã movimentada de sábado, e ele vestia roupas brancas. Procurava as pessoas honestas. Encontrou sua Voz Interior, que lhe disse que as pessoas honestas vestiam roupas brancas.
Pelas ruas da cidade muitas pessoas vestiam roupas pretas. Essas pessoas fugiam dele, porque achavam que ele era um fantasma...
Dicão carregava uma pá, para desenterrar a honestidade, que se escondeu nas profundezas da terra. Com a pá, jogava terra nas pessoas que ele dizia serem desonestas. Quanto mais terra jogava, mais brancas as pessoas ficavam, até se purificarem, como ele...
Quando acordou, tremia de frio. As cobertas haviam caído no chão do quarto, e ele estava com muita sede.
No dia seguinte, aquele sonho martelava na sua cabeça. O que poderia significar? Pensou, pensou, e achou que a Voz Interior mandava a seguinte mensagem: tinha a missão de sair por aí para mostrar às pessoas que é legal elas serem boas com os outros e consigo próprias. E que a cor branca significa honestidade, que é o que as pessoas esperam umas das outras, pois vivem juntas, no mesmo planeta.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
EROS
Ao acordar
pela manhã
me perguntei
a quem me atreveria
amar.
Sem demora
a memória
apontou-me
quatro elementos:
terra
água
fogo
e ar.
Em seguida
a lua levada
lavou meus olhos,
enfeitou-se
de nova
cheia
crescente
e minguante.
Foi o bastante
para que as correntes
de sol e chuva
me levassem
a planetas
galáxias e
continentes.
E um eclipse, como uma garrafa
a vagar por anos e anos nos oceanos,
trouxe a mensagem do grande deus:
“És parte
migalha
milagre
de um todo
que sempre foi
e sempre será:
EROS”!
segunda-feira, 15 de junho de 2009
QUAL A PALAVRA? Roseana Murray
sexta-feira, 12 de junho de 2009
O AMOR - em tempos de encontros e desencontros dos namorados
Meio que por acaso, tenho em mãos o poema de Carlos Drummond de Andrade, Poema dos olhos da amada. Tudo bem, não é por acaso, já que estamos vivendo o “dia dos namorados”. Diz o poeta, na primeira estrofe do poema:
Eu te amo porque te amo,
não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Ao pensarmos em amor para além das relações mundanas (provisórias, mutáveis), nos deparamos com a tradição dos gregos (e de Santo Agostinho), que pensam o amor pra além do efêmero, cotidiano e visível. Diz Sócrates, no Banquete: “Quem ama e deseja é porque não tem”. A questão que fica, é: o que amamos e desejamos, que tanto nos faz falta? Na visão socrática, amamos algo desconhecido, invisível, mas que não é efêmero nem passageiro. Amamos a sabedoria, que é universal e eterna. A dificuldade está em admitir essa visão filosófica e cristã sobre o amor. Temos dificuldade de considerá-la porque estamos presos à linguagem permeada de lugares-comuns de nosso cotidiano. Daí também a dificuldade em compreender o poema de Drummond:
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Nessas horas de comemorações, muitas vezes turbinadas pelo “apelo comercial”, fica complicado convidar o leitor a desenvolver idéias requintadas, “pensamentos complexos”, sobre o amor. Discussões mais demoradas e profundas, sobre temas como o amor, não são de nosso hábito. Estamos habituados ao conforto, não ao confronto de idéias. Dia após dia a televisão fornece modelos de amor para que sirvam de nossos guias. Enquanto isso, o conhecimento que recebemos de nossa tradição cultural fica escondido nas estantes das bibliotecas. Mas perder o trem da história e da tradição é uma forma de acomodação, o que é péssimo para nosso intelecto.
Uma questão: se ao amarmos alcançamos um maior conhecimento de nós mesmos, isso pode servir de estímulo para mudar/melhorar nossa visão de mundo? Ficaremos mais autônomos e com maior capacidade na solução de problemas individuais e sociais, inclusive com relação ao amor? Alguns, ao “descobrirem” o amor, afirmam que a vida ficou mais colorida, viver ficou “mais leve”... Seguindo a concepção do filósofo Sócrates, de que o amor “verdadeiro” é o amor ao conhecimento, ao bom e ao belo universais, nos momentos de descoberta e vivência do amor em nosso cotidiano estaremos exercitando nossa inteligência no sentido de ampliar nossa sensibilidade (não no sentido egocêntrico, mais no sentido social/democrático)?
Tendo que parar em algum momento esta reflexão sobre o amor, reconhecemos que, sobre esse tema, é necessário, nalgum momento, recomeçar tudo de novo. A propósito, e para curtir o dia dos namorados com algumas dúvidas na cabeça, que amor é esse que o poeta Drummond evoca no final do poema?
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem
(e matam)
a cada instante o amor.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
O QUE EU QUERIA DIZER
domingo, 7 de junho de 2009
UMA PALAVRA SÓ - Angela-Lago
Mineira de Belo Horizonte, Ângela Lago nasceu em 1945. É autora e ilustradora premiada no Brasil e no exterior, com vasta obra para crianças e adultos. Para o leitor interessado em se aprofundar na sua obra, bem como nas suas idéias sobre a importância dos livros (e tantos outros temas, tais como o lugar e papel da internet nos dias atuais), basta acessar o site www.angela-lago.com.br.
O livro que aqui citamos (e recomendamos aos pais, professores e ao público em geral), Uma palavra só, traz a seguinte resenha da editora Moderna:
Era uma vez um rei mandão — como muitos — que resolveu
castigar qualquer um que falasse uma mentira (mentira pelo
menos no seu ponto de vista). Mas a primeira vítima do castigo
real é seu próprio filho, condenado a nunca mais abrir a boca
para falar, a não ser, única e exclusivamente... a palavra “exclusivamente”.
É assim que o príncipe sai pelo mundo, respondendo
a tudo: “exclusivamente”. Até que um dia ele conhece Eva, uma
contorcionista que o ensina a ler e escrever. Ele percebe então
que, a partir das letras E –X – C –L – U – S – I – V – A – M – E – N –
T – E, ele pode formar muitas outras palavras. Ao começar a
dizê-las, porém, é denunciado e levado à presença do rei, que
decide revogar o castigo e até mesmo entregar-lhe a coroa se ele
conseguir responder naquele seu método “exclusivo”, a três perguntas.
O príncipe consegue, ganha a coroa, e o rei descobre que
o melhor que tem a fazer é ir ter aulas com a contorcionista.
Um dos objetivos dessa história é o de provocar uma reflexão sobre o poder, e a intransigência daqueles que provisoriamente detêm sua posse. Nas relações sociais (onde estão em jogo os mais variados discursos, e os interesses em torno da sua verdade ou falsidade), o poder desempenha um importante papel, marcando as ações dos sujeitos.
Quando se trata da ação humana, os imprevistos fazem a diferença, ainda mais se entram em cena sentimentos grandiosos, como a descoberta do amor. Ao mesmo tempo, a descoberta e posse da palavra permite a comunicação e a ampliação da visão de mundo de seus personagens.
COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA (fornecidos pela editora)
Esta história divertida recria os tradicionais contos em que um
rei, prepotente, castiga um inocente e depois é derrotado, quer
pela astúcia, quer pela intervenção de seres mágicos e protetores.
Aqui, zomba-se da prepotência do rei logo no início, com o
ridículo castigo que impõe. A fada protetora aparece na figura
de uma contorcionista de circo, cuja mágica é saber ler e escrever.
E o rei, contrariando as expectativas, não fica furibundo com
a sua derrota: numa atitude muito moderna e original, reconhece
que precisa de aulas com a contorcionista — quem melhor
para ensinar as pessoas a ter jogo de cintura? Outro ponto positivo
deste bem inventado texto é o de brincar com a composição
das palavras, um estímulo prazeroso para a criança que começa a
descobrir os segredos das letras.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
POEMAS DE ADEMIR BARBOSA JR. - Do livro O SAPO VOADOR
terça-feira, 2 de junho de 2009
XV Feira do livro da EFA e II Curso de Leitura e Escrita
Viagem ao fim da noite
O cachorro passa mancando... não me percebe. Compreendo: a vida é busca, é movimento. Quem prova isso é o motoboy e sua descarga barul...
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Garota, nossos destinos têm pernas bambas e percorrem umas trilhas nada paralelas. Veja bem, você não leu Schopenhauer nem Han...
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Nada a ver, menino! Baratas, sobreviventes neste planeta há 6 milhões de anos, passeiam pela sala cantarolando um samba do “Demô...