Ela perguntou meu signo, de pronto eu disse gêmeos. Um elogio eu aguardei, afinal eu via nela brilhante inteligência, que sabia interpretar os recados do zodíaco.
Mas ela apenas disse:
Chiii, isso é muito case!
Na hora eu não liguei,
mas depois fiquei grilado por não saber a tradução da palavra no velho e bom
português. Humilhado, decidi finalmente estudar inglês.
Em casa, voei ao
dicionário: case é “causa”, “questão”,
e mais outros adjetivos... Até que veio a revelação: case também significa “mala!”.
Penei pra assimilar que
ela (num cruzado em minha cara) disse que eu sou um delirante mala!
A star nunca ligou para os meus sonhos de ganhar na loteria, estudar
algumas línguas e pelo mundo viajar.
Tão brabo eu fiquei, a
ponto de inventar mil defeitos daquela megera cheia de dedos.
Como pode falar do
poeta, uma garota que se exibe na passarela cheia de tatuagens e piercings, como se fosse imitação barata de Gisele Bündchen?
Nunca chamaria de mala
se soubesse que tenho planos secretos de escrever grande obra que abrirá todas as portas e me fará pertencer à Academia de Letras.
Meu consolo é saber que
posso superar sua crítica com muita força de vontade: ser um mala pra ela e um virtuoso pra comunidade!
Tarde eu descobri os
motivos pra ser tão mala. É que ela volta e meia diz:
Não te faça de difícil.
Não invente um roteiro, não critique meu script.
Não me venha com milongas, não te ache songamonga. Não me roube a paciência, é
impossível amar sem rir dessa cara de guri. Um romance apimentado, risos,
lágrimas inocentes, amar de noite e de dia, amor cheio de repentes. Amar com
rima ou sem rima, teu amor nem de longe se aproxima de roteiro pra obra-prima!
E no final ela elevou o som:
Se você quiser romance,
é melhor escrever um!E no final ela elevou o som:
(TIRADAS do Teco, o poeta sonhador)