Vou contar
uma história
que ouvi
do tio Carola.
Ele disse que antigamente
um penico embaixo da cama
era muito importante.
Um dia ele conheceu uma donzela
que chamava Florisbela.
Ela era graciosa e delicada
Porém, meio... meio desleixada!
Naquele tempo o banheiro
ficava do lado de fora da casa,
e ela tinha medo do escuro
e dos fantasmas
disfarçados de morcegos
que moravam pendurados
no forro do banheiro.
De madrugada as horas
ficavam apertadas
e Florisbela corria pro lado
do penico esmaltado...
De manhã
o xixi voava
pela janela!
De vez em quando Florisbela
perdia a memória
e junto com o xixi
o penico fazia história
porque também voava
janela afora!
Tio Carola não soube responder
às perguntas que eu lhe fiz,
por isso eu peço ajuda a vocês:
se Florisbela esquecia daqui e dali,
não esquecia também de fazer xixi?
Quando ela estava “apertada”,
quem acordava ela?
O seu anjo da guarda?
Quantas vezes ela acertou xixi
no cachorro Berinjela
que dormia debaixo
da janela
do quarto dela?
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
BIG BROTHER
É uma noite morna de janeiro
e um bando de marmanjos
distrai-se olhando TV.
Meu big brother
é o céu estrelado
que faz companhia
pra lua e as Três Marias.
Meus olhos vêem tanto mistério
quanto o número de estrelas,
muito mais do que possam captar
as lentes da novela.
Persigo palavras
para rabiscar um poema,
mas a ponta do lápis
se quebra e, zangado,
rasgo o papel...
Enquanto isso,
no quintal,
grilos de avental
acendem pirilampos
para me alegrar!
e um bando de marmanjos
distrai-se olhando TV.
Meu big brother
é o céu estrelado
que faz companhia
pra lua e as Três Marias.
Meus olhos vêem tanto mistério
quanto o número de estrelas,
muito mais do que possam captar
as lentes da novela.
Persigo palavras
para rabiscar um poema,
mas a ponta do lápis
se quebra e, zangado,
rasgo o papel...
Enquanto isso,
no quintal,
grilos de avental
acendem pirilampos
para me alegrar!
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
A casa, de Vinicius de Moraes
Poema A casa, de Vinicius de Moraes, do livro Palavra de poeta.
Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.
A viagem de um barquinho, de Sylvia Orthof
Era uma vez um menino
chamado Chico Eduardo,
que perdeu o seu barquinho
feito de papel dobrado.
Seu barquinho de jornal,
tal e qual.
E era uma lavadeira,
meio doida e engraçada,
que foi lavar sua roupa
num lugar, assim, sem água.
Um lugar de varal branco,
tudo branco ao seu redor.
Não tinha azul de rio?
Que horror!
- Tudo branco, branco, branco,
assim eu não lavo nada!
Preciso de azul de água,
cadê a cor azulada? –
disse a doida lavadeira,
nervosa e apressada.
- Vou inventar o meu rio
do azul de um longo trapo,
vai ser rio de brinquedo,
lindo rio de farrapo!
De dentro da sua trouxa
puxou um rio de pano.
o rio saiu pulando
em busca do oceano.
O barquinho do menino
viu o rio inventado,
saiu, fugindo-se embora,
sem demora!
(...)
chamado Chico Eduardo,
que perdeu o seu barquinho
feito de papel dobrado.
Seu barquinho de jornal,
tal e qual.
E era uma lavadeira,
meio doida e engraçada,
que foi lavar sua roupa
num lugar, assim, sem água.
Um lugar de varal branco,
tudo branco ao seu redor.
Não tinha azul de rio?
Que horror!
- Tudo branco, branco, branco,
assim eu não lavo nada!
Preciso de azul de água,
cadê a cor azulada? –
disse a doida lavadeira,
nervosa e apressada.
- Vou inventar o meu rio
do azul de um longo trapo,
vai ser rio de brinquedo,
lindo rio de farrapo!
De dentro da sua trouxa
puxou um rio de pano.
o rio saiu pulando
em busca do oceano.
O barquinho do menino
viu o rio inventado,
saiu, fugindo-se embora,
sem demora!
(...)
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
PESCARIA
Poema Pescaria
José Paulo Paes
Do livro Palavra de poeta.
Um homem
que se preocupava demais
com coisas sem importância
acabou ficando com a cabeça cheia de minhocas.
Um amigo lhe deu então a idéia
de usar as minhocas
numa pescaria
para se distrair das preocupações.
O homem se distraiu tanto
pescando
que sua cabeça ficou leve
como um balão
e foi subindo pelo ar
até sumir nas nuvens.
Onde será que foi parar?
Não sei
nem quero me preocupar com isso.
Vou mais é pescar.
MINHOCA NA CABEÇA
Ficar com minhoca na cabeça é ficar desconfiado, é suspeitar que alguma coisa ruim vai acontecer, é ficar inseguro achando que alguém está contra a gente. Pode ser também ficar imaginando coisas, fazendo fantasias de qualquer tipo. Juliana sorriu para Rodrigo. Agora ele anda cheio de minhoca na cabeça. Outro exemplo: o professor disse que ia castigar o Beto. Agora ele vive preocupado, cheio de minhoca na cabeça.
- Seu doutor, estou grilado,
meu pé está formigando.
É algo grave ou estou procurando
sarna pra me coçar?
- Já lhe digo o que é:
tire as minhocas da cabeça,
é só um bicho de pé.
Ricardo Azevedo, do livro Bazar do folclore.
Poema Minhocas na cabeça, de Marcelo R. L. Oliveira. Do livro Nós e os bichos.
Poema Minhocas na cabeça, de Marcelo R. L. Oliveira. Do livro Nós e os bichos.
- Seu doutor, estou grilado,
meu pé está formigando.
É algo grave ou estou procurando
sarna pra me coçar?
- Já lhe digo o que é:
tire as minhocas da cabeça,
é só um bicho de pé.
DESFILE
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
CACHORRADAS
POEMA DE José Paulo Paes, do livro "É isso ali"
CACHORRADAS
- Você sabe por que o cachorro entra na Igreja?
- Ora, essa quem não acerta?
Porque a porta estava aberta!
- E você sabe por que ele sai?
- Porque a porta estava aberta.
- Não, errou: porque ele entrou!
- E quando é que o cachorro não pode entrar?
- Quando a porta está fechada.
- Que nada! Quando já está lá dentro.
- E para terminar: sabe por que o cachorro
ergue a perninha e a encosta no poste
quando está necessitado?
- É porque uma vez o poste caiu em cima do coitado!
CACHORRADAS
- Você sabe por que o cachorro entra na Igreja?
- Ora, essa quem não acerta?
Porque a porta estava aberta!
- E você sabe por que ele sai?
- Porque a porta estava aberta.
- Não, errou: porque ele entrou!
- E quando é que o cachorro não pode entrar?
- Quando a porta está fechada.
- Que nada! Quando já está lá dentro.
- E para terminar: sabe por que o cachorro
ergue a perninha e a encosta no poste
quando está necessitado?
- É porque uma vez o poste caiu em cima do coitado!
sábado, 29 de dezembro de 2007
Poema A lua no cinema, de Paulo Leminski
llllllllll
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
llllllllll
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
llllllllll
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
llllllllll
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
llllllllll
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
DOIS MIL E OITO DE PIJAMA E VIDA MANSA
Onze da noite
de pijama
e vida mansa
me cansa.
Tomo mais
um milk shake
morro de rir
quando uma barata
passa.
Moro ao lado da sorveteria.
Ela tem todos os sabores
que um menino sonharia...
(Acreditem, por favor,
tem até sabor de amor!)
Esticado no sofá
desliguei a TV
e o vídeo-game.
Estou pensando
nas viagens que farei
para conhecer
as delícias desse mundo!
Dois mil e oito
mil e uma histórias,
futebol e aventuras...
Meus pais me embalam...
e sacodem!
É hora de ir pra cama,
e essa vida mansa
me cansa!!
de pijama
e vida mansa
me cansa.
Tomo mais
um milk shake
morro de rir
quando uma barata
passa.
Moro ao lado da sorveteria.
Ela tem todos os sabores
que um menino sonharia...
(Acreditem, por favor,
tem até sabor de amor!)
Esticado no sofá
desliguei a TV
e o vídeo-game.
Estou pensando
nas viagens que farei
para conhecer
as delícias desse mundo!
Dois mil e oito
mil e uma histórias,
futebol e aventuras...
Meus pais me embalam...
e sacodem!
É hora de ir pra cama,
e essa vida mansa
me cansa!!
Assinar:
Postagens (Atom)
Ovelha desgarrada
Manhã de domingo, Beiço deu as caras: – Velho. Andei pensando. Está na hora do Cadelão parar de cair nas sarjetas próximas a bares para ...
-
Garota, nossos destinos têm pernas bambas e percorrem umas trilhas nada paralelas. Veja bem, você não leu Schopenhauer nem Han...
-
Nada a ver, menino! Baratas, sobreviventes neste planeta há 6 milhões de anos, passeiam pela sala cantarolando um samba do “Demô...