domingo, 11 de outubro de 2015

Nudez nas nuvens


ET - Cara, o que você acha dessa moda adolescente de mostrar o corpo nu na internet? Qual será a próxima moda? Se autoflagelar diante da webcam?
TECO - Não esquenta... A galera tem muita imaginação. Acredita que as fotos evaporam como água e viram nuvem...
ET - Entendinãoentendientendinãoentendi...

(TIRADAS do Teco, o poeta sonhador)

sábado, 10 de outubro de 2015

Comunicação


ET - Tchê, você não disse que os humanos se comunicam com facilidade?
TECO - Humm... Acho que alguns ruídos externos estão causando interferência...
ET - Sei... Sei...

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Ufólogo diz que há 'grande chance' de círculos em lavoura serem de ETs


TECO - Caramba! Mata minha curiosidade, cara! Decifra a mensagem deles...
ET - Ah, humanos... Só vocês... Misturam alhos com bugalhos, simples com complexo, mistério com divino... Kkkkk... Vocês andam tão bobinhos!

O rato que tinha medo - Millôr Fernandes

Um Rato tinha medo de Gato. Nisso não era diferente dos outros ratos. Pavor, tremor, ânsia, vida incerta. Mas igual a todos outros de sua espécie, o nosso Rato teve, no entanto, um fato diferente em sua vida – encontrou-se com um Mágico(1). 

Conversa vai, conversa vem, ele explicou ao Mágico a sua sina e o seu pavor. O Mágico, então, transformou-o exatamente naquilo que ele mais temia e achava mais poderoso sobre a terra – um Gato. O Rato dai em diante, passou a perseguir os outros ratos, mas adquiriu imediatamente um medo horrível de cães. E nisso também, não sendo diferente de todos os outros gatos. 

A única diferença foi que tornou a se encontrar com o Mágico. Falou-lhe então do seu novo medo e foi transformado outra vez na coisa que mais temia – um Cão, que pôs-se logo a perseguir os gatos. Mas passou a temer animais maiores: como Leão, Tigre, Onça, Boi, Cavalo, tudo. O Mágico surgiu mais uma vez e resolveu transformá-lo então, num Leão, o mais poderoso dos animais(2). Mas o nosso ratinho, guindado assim a letra O da classe animal, passou, porém, a recear quando ouvia passos de Caçador. Então o Mágico chegou, transformou-o de novo num Rato e disse, alto e bom som: 

Moral: Meu filho, quem tem coração de rato, não adianta ser leão”. 

domingo, 4 de outubro de 2015

O destino (à maneira dos... coreanos) - Millôr Fernandes

Encontraram-se os dois chineses.
— Olá, Shen-Tau, por onde andou?
— Ah, passei seis meses no hospital, Shin-Fon.
— Eh, isso é mau!
— Nada. Isso é bom: casei com uma enfermeira bacaninha.
— Ah, isso é bom!
— Que o que — isso é mau. Ela tem um gênio dos diabos.
— É, isso é mau.
— Não, não, isso é bom: o avô dela deixou uma herança e eu não preciso trabalhar porque ele acha que só eu sei cuidar do gênio dela.
— Oh, oh, isso é que é bom!
— Oh, oh, isso é que é mau! Com o gênio dela, às vezes não me dá um níquel. E como eu não trabalho, não tenho o que comer.
— Xi, isso é mau!
— Engano, isso é bom. Eu estava ficando gordo e mole — vê só, agora, o corpinho com que eu estou.
— É mesmo — isso é bom!
— Que bom! Isso é mau. As pequenas não me deixam e acabei gostando de outra.
— Êpa, isso é mau mesmo.
— Mau nada, isso é bom. Essa outra mora num verdadeiro palácio e me trata como um príncipe.
— Então isso é bom!
— Bom? Isso é mau: o palácio pegou fogo e foi tudo embora.
— Acho que isso é realmente mau!
— Mau nada: isso é bom. O palácio pegou fogo porque minha mulher foi lá brigar com a outra, virou um lampião e as duas morreram num incêndio. Eu fiquei rico e só.
— Isso… é bom… ou é mau, Shen-Tau?
— Isso é muito bom. Shin-Fon.

Moral: Nada fracassa mais do que a vitória, e vice-versa.



FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1979. p. 61-2. 

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...