terça-feira, 26 de maio de 2015

Assassinaram a Mafalda



ET – Vê se não enrola. Deve haver algum personagem que você se identifica...
TECO – Bem, não queria espalhar isso... Você sabe como tem gente fofoqueira por aí.
ET – Então conta só pra mim. Sabes que sou um túmulo!
TECO – Certo. Eu me amarro na Mafalda.
ET – E quais tirinhas dela te vêm à mente agora?
TECO – Pra dizer a verdade, gosto de todas as tiras dela. Mas fiquei chocado com o que um amigo argentino falou a respeito da pessoa dela...
ET – O que ele falou??
TECO – Ele disse que a Mafalda está com 65 anos. E um amigo dele, que a conheceu, disse que ela trabalhou numa boate e namorou um traficante. Ah, e passou seis meses numa clínica de reabilitação por ter se viciado em bugigangas de camelódromos.
ET – Por acaso esse teu amigo argentino se chama Gustavo Héctor Brun?
TECO – sim.

 ET – Não embarque na conversa dele! Ele morre de ciúmes dela!!

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Fome



ET – Mas... Boa parte da angústia adolescente deve-se à dúvida sobre a possibilidade de haver vida após a morte...

TECO – Fodam-se! Eu tento não me angustiar quando penso que quase um bilhão da população mundial passa fome!

(Fotografia de Sebastião Salgado. Do livro Gênesis)

domingo, 24 de maio de 2015

Meu carro minha vida


ET - Cara, você não acha estranho as pessoas desfilarem em carros de luxo, escondidos pelos vidros escuros?
TECO – Não. Hoje em dia os carros valem mais do que as pessoas.

ET – Hum... Palmas para o presidente Mujica, que dirigiu seu país pilotando um fusca!


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Paixões intergaláticas



Cara, me explica          É tudo muito normal.       Bah, não entendi       É aquela troca
como funciona uma      Enquanto vocês vivem                nada!            de fluidos que
paixão extraterrestre.   o amor Platônico, nós                                  demora anos-luz
                                vivemos o amor  etônico.                              pra  se realizar.

(Tiradinhas do Teco, o Poeta Sonhador)

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Self service do amor


Uns beijam, outros não. Os que iniciaram há mais tempo, sonham atingir o último degrau do amor. Outros, porém, se enfeitiçaram e se enredaram com novas modas.
Basta ter sede para ampliar a lista de contatos, e um bom aparelho que capte os sinais, fascinantes como outdoors.
Seja bem-vindo, apocalipse!
Não há tempo disponível para se arriscar com carinho, amizade, cumplicidade e, enfim, criar vínculos. Abrir pra ela a porta do carro, espalhar bilhetes apaixonados pelos caminhos.
Quando a serpente das “coisas virtuais” seduziu a intimidade dos Adões e Evas atuais, o amor partiu cabisbaixo, convencido de que é um inútil, uma perda de tempo.
Sabores instantâneos no whatsapp. Vídeos para todos os gostos. Performances sexuais, ingênuas ou atrevidas. Câmera do celular ligada, corpos despidos num aposento qualquer. “Abra as pernas, garota! Deixa que eu abro (fecho) portas e janelas. ‘É nóis!!’ Vamos alcançar um milhão de curtidas. Comigo você vai ganhar o mundo!” – diz o cafetão play boy.
Meninos e meninas, no pouco espanto que resta, baixam fotos e vídeos, e compartilham a santa ceia da tecnologia. Repartem o pão e o vinho da nudez sem segredos, sozinhos em seu quarto, atrás da tela do computador.

Neste self service de sabores instantâneos, como massa miojo, quase ninguém percebe um amor genuíno: o passeio, de mãos dadas, do casal de velhinhos.

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...