quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Liberdades


Nunca fiz cocô
em cabeça de passarinho...
estacionei debaixo 
da pitangueira
e João-de-barro 
fez cocô
na minha moleira...

Que liberdades são essas,
em plena segunda-feira??

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Lançamento da Feira do Livro de Ijuí/R.S.



Ao pesquisarmos sobre o quanto o conteúdo dos livros (as suas histórias) dão sentido à nossa vida, somos levados a refletir até que ponto, dentre tantas coisas que desejamos ter, o livro é objeto de nossas aspirações.
Nesse mundo de demasiado consumo, objetos, como celular, redes sociais virtuais, tais como facebook, orkut, twitter, etc., por si só não possuem conteúdo. O conteúdo de fato vem das histórias (narrativas), que ganham vida através da nossa imaginação e da criatividade.
Os objetos por si só não nos tornam melhores, ou mais, ou menos sensíveis. Nossa base de emoções se dá, em boa medida, pelas nossas leituras. Elas é que nos dão suporte, ou nos ajudam a suportar (e enfrentar) essa cultura de individualismos, competição e consumismo.
Pretendemos que na infância, além do brincar, sejam despertadas a sensibilidade e a habilidade de ler, escrever e interpretar, ter opinião própria, autonomia para fazer escolhas e, sempre, ter um horizonte ético que dê o norte correto para o convívio social. Estudos mostram que, quanto mais cedo a criança começar  a ler, mais cedo aprenderá e desenvolverá a concentração. Além disso, sua desenvoltura, disciplina, cooperação e bons índices de aprendizagem têm relação direta com o número de livros por ela lidos.
Notamos, em elevado grau, a falta de imaginação, individual e coletiva. E o espaço da escola contribui, ou para manter isso, ou para se contrapor a esse quadro. Diante dessa realidade é que propomos ir às escolas (enquanto escritor e contador de histórias), com o objetivo de mostrar que ler e escrever não é privilégio de poucos, mas sim algo próximo de todos nós, e é nessa “prática” ou “exercício” que vamos emoldurando o “quadro” (retrato) de nossa história. A partir dessas vivências cotidianas é que vamos percebendo nosso papel na sociedade.
Não vamos nos contentar com muito pouco. Iludidos, buscamos a satisfação nas coisas, no dinheiro, e não percebemos que o valor maior (o TESOURO HUMANO) está na AUTORIA de nós mesmos, que em boa medida só é possível pelos livros e a leitura.
Queremos de público agradecer à administração municipal, à SMED e ao IMEAB pelo espaço a nós proporcionado, de poder dedicar 20 horas semanais para contar histórias e apresentar livros e autores aos nossos alunos. Desse exercício na escola é que fomos tomando consciência desse importante papel de formar leitores.
Uma ótima Feira do Livro Municipal 2012 a todos nós!

(Discurso do Patrono da Feira do Livro de Ijuí, (Américo Piovesan) no dia do lançamento da feira, no SESC).

domingo, 21 de outubro de 2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O meu país - Zé Ramalho


 

 http://letras.mus.br/ze-ramalho/400344/

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo


Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram-se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país 


Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país 


Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país 


Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio-x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país 


Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo 


Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o Brasil em mil Brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país 


Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo.

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...