sexta-feira, 19 de outubro de 2012
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
O meu país - Zé Ramalho
http://letras.mus.br/ze-ramalho/400344/
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram-se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país
Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país
Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio-x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o Brasil em mil Brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Oficina de contação de histórias e declamação de poemas
No dia 10 de outubro o escritor, professor e contador de histórias
Américo Piovesan esteve na escola Estadual de Ensino Fundamental São
Pio X, Vila Salto, município de Bozano, participando da abertura da
feira do livro da escola.
Os patronos da feira desse ano foram os Irmãos Grimm, sendo que todo
o cenário do salão da escola foi criado a partir de sua obra.
O objetivo principal da feira do livro da escola é o de continuar
despertando o gosto dos seus alunos pela leitura. Nesse sentido, a
Livraria Nova Geração expôs centenas de livros na escola para que os
alunos pudessem conhecê-los e adquirí-los.
Na abertura da feira do livro da escola, Américo Piovesan apresentou
seus livros aos alunos, falando sobre como surgiu a temática de cada
um. Falou também da escrita como atividade criativa, e que cada aluno
pode escrever de maneira divertida e também critica. Ressaltou a
importância de se observar e imaginar cenas e personagens, e também
comportamentos e outras características das pessoas que cruzamos no
cotidiano.
Em um segundo momento, o escritor contou algumas histórias e
declamou poemas. Seu objetivo foi o de exercitar a sensibilização, para
despertar nas crianças o gosto pelos livros e a leitura.
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