terça-feira, 16 de outubro de 2012

Oficina de contação de histórias e declamação de poemas


 
No dia 10 de outubro o escritor, professor e contador de histórias Américo Piovesan esteve na escola Estadual de Ensino Fundamental São Pio X, Vila Salto, município de Bozano, participando da abertura da feira do livro da escola.
Os patronos da feira desse ano foram os Irmãos Grimm, sendo que todo o cenário do salão da escola foi criado a partir de sua obra.
O objetivo principal da feira do livro da escola é o de continuar despertando o gosto dos seus alunos pela leitura. Nesse sentido, a Livraria Nova Geração expôs centenas de livros na escola para que os alunos pudessem conhecê-los e adquirí-los.
Na abertura da feira do livro da escola, Américo Piovesan apresentou seus livros aos alunos, falando sobre como surgiu a temática de cada um. Falou também da escrita como atividade criativa, e que cada aluno pode escrever de maneira divertida e também critica. Ressaltou a importância de se observar e imaginar cenas e personagens, e também comportamentos e outras características das pessoas que cruzamos no cotidiano.
Em um segundo momento, o escritor contou algumas histórias e declamou poemas. Seu objetivo foi o de exercitar a sensibilização, para despertar nas crianças o gosto pelos livros e a leitura.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

LERO-LERO - Cacaso


Sou brasileiro de estatura mediana 
Gosto muito de fulana mas sicrana é quem me quer
Porque no amor quem perde quase sempre ganha
Veja só que coisa estranha, saia dessa se puder
Não guardo mágoa, não blasfemo, não pondero
Não tolerolero lero devo nada pra ninguém
Sou descasado, minha vida eu levo a muque
Do batente pro batuque faço como me convém
Eu sou poeta e não nego a minha raça
Faço versos por pirraça e também por precisão
De pé quebrado, verso branco, rima rica
Negaceio, dou a dica, tenho a minha solução
Sou brasileiro, tatu-peba taturana
Bom de bola, ruim de grana, tabuada sei de cor
Quatro vez sete vinte e oito nove fora
Ou a onça me devora ou no fim vou rir melhor
Não entro em rifa, não adoço, não tempero
Não remarco, marco zero, se falei não volto atrás
Por onde passo deixo rastro, deixo fama
Desarrumo toda a trama, desacato Satanás
Sou brasileiro de estatura mediana
Gosto muito de fulana mas sicrana é quem me quer
Diz um ditado natural da minha terra
Bom cabrito é o que mais berra onde canta o sabiá
Desacredito no azar da minha sina
Tico-tico de rapina, ninguém leva o meu fubá

Gravado por Edu Lobo

Saldo - José Paulo Paes


a torneira seca
(mas pior: a falta
de sede)

a luz apagada
(mas pior: o gosto
do escuro)

a porta fechada
(mas pior: a chave
por dentro)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

um bom poema leva anos - Paulo Leminski

Um bom poema leva anos cinco jogando bola, mais cinco estudando sânscrito, seis carregando pedra, nove namorando a vizinha, sete levando porrada, quatro andando sozinho, três mudando de cidade dez trocando de assunto, uma eternidade, eu e você, caminhando junto.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cão farejador



Novo naquela rua
era cão
farejador
de frases
nas sarjetas e muros.
Faminto de novidades
fugiu do hospício
para não ser culpado
dos males do mundo.

O crepúsculo de Van Gogh

As nuvens eram criaturas selvagens e ‒ ao mesmo tempo ‒ gatos, cães, jacarés e lagartos, perfilados no horizonte próximo. piscaram...