sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Tenho andado distraído


 
Meus pensamentos te querem perto, 
mas o eco dos labirintos que nos separam 
grita mais alto.

O sol já vinha capenga
e faltou energia. 
Inventei punhados de sonhos 
pra iluminar o meu dia.

Se eu perder meus cinco sentidos, 
do que poderei me lembrar? 
Tenho andado distraido. 
O cheiro do amor 
que ela me deixou 
comigo vai ficar.

Agora que o amor foi perdido
vivo a tempestade
no meio do oceano
- só tem mar se agitando
pra todo lugar!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Com que lingua eu vou pra copa?


Não costumo dedicar muita atenção (até pela falta de tempo) às mensagens que recebo por e-mail. Mas essa daí achei divertida. Por isso a repasso a todos vocês.


CURSO 'THE BOOK IS ON THE TABLE'


O Brasil sediará a Copa de 2014.
Como muitos turistas de todo mundo estarão por aqui, é imprescindível o aprendizado de outros idiomas (em particular o inglês) para a melhor comunicação com eles.
Pensando em auxiliar no aprendizado, foi formulada uma solução prática e rápida!!
Chegou o sensacional e insuperável curso 'The Book is on the Table', com muitas palavras que você usará durante a Copa do Mundo de 2014.


Veja como é fácil!
a.) Is we in the tape! = É nóis na fita.
b.) Tea with me that I book your face = Chá comigo que eu livro sua cara.(essa é SEN-SA-CI-O-NAL !!!!! )
c.) I am more I = Eu sou mais eu.
d.) Do you want a good-good? = Você quer um bom-bom?
e.) Not even come that it doesn't have! = Nem vem que não tem!
f.) She is full of nine o'clock = Ela é cheia de nove horas.
g.) I am completely bald of knowing it . = To careca de saber.
h.) Ooh! I burned my movie! = Oh! Queimei meu filme!
i.) I will wash the mare. = Vou lavar a égua.
j.) Go catch little coconuts! = Vai catar coquinho!
k.) If you run, the beast catches, if you stay the beast eats! = Se correr, o bicho pega, se ficar o bicho come!
l.) Before afternoon than never. = Antes tarde do que nunca.
m.) Take out the little horse from the rain = Tire o cavalinho da chuva.
n.) The cow went to the swamp. = A vaca foi pro brejo!
o.) To give one of John the Armless = Dar uma de João-sem-Braço.


Gostou? Quer ser poliglota?
Na compra do 'The Book is on the table' você ganha inteiramente grátis o incrível 'The Book is on the table - World version'!!! Outras línguas:


CHINÊS
a.) Cabelo sujo : chin-champu
b.) Descalço: chin chinela
c.) Top less: chin-chu-tian
d.) Náufrago: chin-chu-lancha
f.) Pobre : chen luz, chen agua e chen gaz


JAPONÊS
a.) Adivinhador: komosabe
b.) Bicicleta: kasimoto
c.) Fim: saka-bo d.) Fraco: yono komo
e.) Me roubaram a moto: yonovejo m'yamaha
f.) Meia volta: kasigiro
g.) Se foi: non-ta
h.) Ainda tenho sede: kiro maisagwa


OUTRAS EM INGLÊS:
a.) Banheira giratória : Tina Turner
b.) Indivíduo de bom autocontrole: Auto stop
c.) Copie bem: copyright
d.) Talco para caminhar: walkie talkie


RUSSO
a.) Conjunto de árvores : boshke
b) Inseto : moshka
c.) Cão comendo donut's : Troski maska roska
d.) Piloto: simecaio patatof
e.) Sogra : storvo


ALEMÃO
a.) Abrir a porta : destranken
b.) Bombardeio: bombascaen
c.) Chuva: gotascaen
d.) Vaso: frask

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O vaivém

  
Zuza era um velho que trabalhava como carpinteiro.
Sua oficina estava sempre limpa, e as ferramentas eram bem cuidadas  e guardadas no seus devidos lugares.
O velho tinha a mania de batizar cada ferramenta com um nome.
O martelo chamava-se toc-toc, o formão rompe-rompe e o serrote, vaivém.
Quando um vizinho precisava de uma ferramenta, corria logo até a oficina do velho Zuza, para pedir emprestado. 
mas eles aprontavam ao velho, demorando pra devolver, ou até ficando com as ferramentas. Por isso o velho resolveu não emprestar mais.
Certo dia um menino, a pedido de seu pai, foi até a oficina, e disse:
- Papai pede para que o Senhor empreste o vaivém.
O velho Zuza fez uma carranca e respondeu assim:
- Menino, lembra do antigo ditado: "Mão vai, mão vem. Mão vem, mão vai. Mão vai, mão não vem, mão não vai mais!"?
E arrematou, dizendo pro guri:
- Volta e diz ao teu pai que, se vaivém fosse e viesse, vaivém ía, mas como vaivém vai e não vem, vaivém não vai! 

(Adaptado do livro Contos populares brasileiros, de Lindolfo gomes).

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Causos do Nono

Meu pai, Seu Carleto, levava uma vida exemplar. Se algum amigo ou vizinho saía da "verga", ele era chamado pra colocar as coisas no lugar.
Qualquer desavença familiar, briga de marido e mulher, ou algum vizinho ou conhecido que "loquiou", seu Carleto logo era chamado.
Um dia o filho do Bépi veio contá que seu pai tava variando. Pensava que era metade gente, metade animal. Era um vivente tranquilo, com seu palheiro e o mate, sua fala mansa. Mas ultimamente tinha um comportamento estranho. Meu pai quis saber detalhes do caso:
- Que animal ele pensa que é?
- Cavalo.
- Que metade?
- A de baixo.
Curioso, meu pai foi visitar o Bépi. Era hora do lanche da tarde, e o o Bépi mastigava seu milho.
- Buenas tardes - disse meu pai - um cavalo meu fugiu, e acho que veio pra essas bandas.
Bépi duvidava muito de que um cavalo de meu pai estivesse nas suas terras. Mesmo assim saíram para o campo. Meu pai a cavalo e seu Bépi trotando do seu lado. Olharam toda tropa. E então meu pai começou a examinar o Bépi de cima até embaixo.
- Tá me examinando por que? - perguntou seu Bépi, desconfiado.
Aí meu pai falou:
- Acho que tô reconhecendo meu cavalo.
- Tá louco? Eu sou o Bépi!
- Só até a cintura.
- Pra baixo trambém é meu!
- Então mostra a marca!
- O quê??
- Quero ver a marca na bunda. Se não tem marca, então é meu!
Discutiram uns minutos e, no fim, seu Bépi se convenceu de que não era metade cavalo. A família suspirou aliviada. Não aguentava mais a bosta no tapete!

***

Na hora de explicar uns acontecimentos estranhos, que deixavam todo mundo de queixo caído, meu pai recorria a um punhado de provérbios. Eis alguns deles:
"Mate e china, quanto mais novo, mais quente".
" Hai mil regras pra comê mas nenhuma pra cagá".
"Pra segurá mulher em casa e cavalo em campo aberto, só carece de um pau firme".
"A gengiva não morde mas segura os dente".
"Puro-sangue ou bagual, a bosta é igual".
"Meleca de rainha é igual à minha".
"Roda de carreta chega cantando e se vai gemendo".
"Mas vale ser touro brocha que boi tesudo".
"Más sagrado que Deus e a mãe, só dívida de jogo".
"Más triste que tia em baile".
"Cavalo de borracho sabe onde o bolicho dá sombra".
"Marido de parteira dorme do lado da parede".
"Viúva moça é como louça: já foi usada mas não se joga fora".
"Se Deus fez o mundo em sês dias, só no Rio Grande gastou cinco".

(História recontada a partir de L. F. Verissimo, do livro A velhinha de Taubaté. L&PM Editora.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A crônica





Na Semana da Pátria postamos aqui a crônica intitulada "Meu ideal seria contar uma história...sobre nossa pátria", que foi inspirada na crônica de Robem Braga, Meu ideal seria escrever...
Apresentamos esse texto na abertura da Semana da Pátria do IMEAB (Instituto Municipal de Ensino Assis Brasil/Ijui/RS). A professora dessa escola e do CSCJ (Colégio Sagrado Coração de Jesus/ Ijuí/RS), Nilza Piovesan Mânfio, exercitou o gênero crônica com seus alunos das sextas séries do CSCJ, partindo do meu texto e da crônica de Rubem Braga. Vai, a seguir, um pouco dos resultados da oficina realizada por ela. 


CRÔNICA

A crônica é um gênero narrativo que trata de temas da atualidade. Normalmente é publicada em jornal ou revista. Destina-se à leitura diária ou semanal e trata de acontecimentos cotidianos.
A crônica se diferencia da notícia por não buscar a exatidão da informação. O cronista procura analisar os acontecimentos, dando a eles um colorido emocional, incluindo elementos de ficção e fantasia.
É um texto geralmente curto, escrito em 1ª pessoa, podendo conter diálogo ou não.

Leia algumas crônicas produzidas pelos alunos da 6ª série

Saudades daquele gaúcho - Júlia Dalmás

Saudades daquele gaúcho...
Que não se importava e colocava botas, bombacha, lenço no pescoço e vestia o orgulho de trabalhar no campo.
Que ao invés de cerveja e cigarro, tomava chimarrão e saboreava o churrasco.
Saudades daquele gaúcho que não se preocupava com contas para pagar, com roupas caras e com joias para a esposa. Que nas tardes de domingo reunia a família, tomava chimarrão e contava causos.
Saudades de quando esse mesmo gaúcho, cantava o hino do Rio Grande do Sul com orgulho, sem pensar muito em trabalho, ou no carro zero Km que tanto queria comprar.
Saudades daquele gaúcho, que passeava com seu cavalo na querência amada, só para sentir o vento bater no rosto e respirar o ar puro da natureza.
Hoje em dia o ar que respiramos é o da poluição, fazendo com que as árvores morram, deixando um ar pesado de tristeza.
E hoje, o gaúcho que vemos, é moderno, usa roupas de marca e anda em seu poderoso carrão.
O gaúcho de hoje perdeu a cultura, o orgulho, embora ainda se chame de forte. O gaúcho de hoje mais se parece um americano esbanjando chiqueza, do que aquele dos campos, que era forte, cultivava a cultura e suas raízes.




Ponto de vista - Giovani Pasquali Piovesan
 O juiz já estava no meio do campo e a TV ainda mostrava a novela das nove. No bar a torcidinha organizada aguardava o início com batata frita, refrigerante, cerveja, torrada e até xis. Estava lá ele, Afonsinho, o ídolo do time, o camisa 10, ansioso, pois poderia fazer o seu milésimo gol, e então, como sempre, ele faria de pênalti.
Num prédio ao lado, um grupo de empreendedores se decidia entre o produto novo e o velho que rende mais, mas eles sempre vão pelo caminho mais fácil.
Na rua, dois homens discutem, um sábio e um burro. O sábio fala uma frase e o menos inteligente não entende, e então repete a frase e sai se achando. Gostaria de saber por que a sociedade é assim? Por que é tudo pelo caminho mais fácil, por que não tentamos viver uma vida mais tranquila, sem tantas preocupações e mais feliz?

O crepúsculo de Van Gogh

As nuvens eram criaturas selvagens e ‒ ao mesmo tempo ‒ gatos, cães, jacarés e lagartos, perfilados no horizonte próximo. piscaram...