segunda-feira, 28 de setembro de 2009

PRA DESPERTAR A MANHÃ



Numa folha dobrada, sobre a mesinha de centro da sala de espera, estava escrito:


PRA DESPERTAR A MANHÃ


Até quando vou deixar que os outros decidam por mim?

Sei que sou responsável pelo que faço, mas alguma força maior do que eu entra em jogo... Falta indignação e força de vontade de minha parte?

Não tenho certeza sobre o dia de amanhã. Mas o que serei depende, em boa medida, das decisões que tomar aqui e agora.

Deve-se aprender a conviver com o inesperado.


Mesmo num mundo de incertezas, não tem como fugir destas questões:


-saber qual o melhor momento para agir.


-decidir o que é mais importante.


- saber qual a coisa certa a ser feita.


Acabo de ler a mensagem manuscrita que encontrara, e percebo que as preocupações de quem escreveu são também as minhas preocupações.


sexta-feira, 25 de setembro de 2009

VAMOS APRENDER A ANDAR DE BICICLETA



As coisas vão de mal a pior

você se sente sozinho

cercado de lobos insensíveis.


Você olha para o céu

e nenhuma estrela aponta o caminho.


Nessa hora, precisamos captar uma energia invisível

que está em todo o lugar - mas que não se oferece assim no mais...


Organizar os pensamentos, mesmo que, no limite,

temos à mão apenas uma folha em branco do velho diário,

abandonado em algum instante do passado.

Rabiscarmos palavras, frases, pode ajudar a organizar

o mapa de nossos agitados pensamentos.


Esse é o processo.

Nisso eu acredito.

Minha religião é a do inesperado,

do imprevisível e inusitado

- e por que não mesmo do surreal?


Não vamos tremer, se de novo voltamos a ser aquela criança

que pedalou, pela primeira vez, a bicicleta, sem qualquer proteção. Tínhamos que ir em frente, senão cairíamos e nos machucaríamos.

Vencemos o medo, domamos a bicicleta, e tudo se normalizou.

Agora estamos crescidos.

Os desafios são outros.

Se vencemos o medo uma vez,

num mundo totalmente estranho,

habitado por bruxas e monstros,

podemos agora aprender a encontrar

outras maneiras de espantar o medo.


Acho que é pra isso que escrevo.


Minha bicicleta perdeu o freio,

e eu tenho medo de parar e levar um tombo.


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

POEMINHA NA GARRAFA - José de Castro



Poeminha na garrafa

foi lançado para o mar.

Longe vai este meu verso

na espuma a velejar...


Poeminha na garrafa,

meu amor vai procurar.

Sopra o vento, fura a onda,

não se deixe afundar...


Poeminha na garrafa

veio um peixe espiar...

Curioso, bica o vidro,

cuidado, pode quebrar...


Poeminha na garrafa,

tem alguém a esperar?

Chega logo ao destino:

“Para sempre vou te amar.”


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

UM JEITO DE SER - Flávia Menegaz


Às vezes eu como mamão com açúcar

outras, a palavra crua

Às vezes eu finjo que tenho asas

ou que sou boazinha

Às cinco horas eu tomo suco de acerola

depois de caminhar pelas ruas de Pequim

E assim eu brinco de viver:

meus olhos captando cores

meus dedos as traduzindo em palavras.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

PRECISO DESCOBRIR


Preciso descobrir

um jeito de dizer

que gosto de você!


MSN ou e-mail

carta ou pombo correio

preciso com a pressa

do supersônico


um jeito de você saber

e mesmo assim não rir...


De mim

da minha pressa

da minha audácia

e pretensão

em fazer o diagnóstico

dessa praga e doença

que me deixa neurótico

e com dor de cabeça

e que todos elogiam

cantam dançam

e proclamam:


- O amor!


O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...