segunda-feira, 15 de junho de 2009
QUAL A PALAVRA? Roseana Murray
sexta-feira, 12 de junho de 2009
O AMOR - em tempos de encontros e desencontros dos namorados
Meio que por acaso, tenho em mãos o poema de Carlos Drummond de Andrade, Poema dos olhos da amada. Tudo bem, não é por acaso, já que estamos vivendo o “dia dos namorados”. Diz o poeta, na primeira estrofe do poema:
Eu te amo porque te amo,
não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Ao pensarmos em amor para além das relações mundanas (provisórias, mutáveis), nos deparamos com a tradição dos gregos (e de Santo Agostinho), que pensam o amor pra além do efêmero, cotidiano e visível. Diz Sócrates, no Banquete: “Quem ama e deseja é porque não tem”. A questão que fica, é: o que amamos e desejamos, que tanto nos faz falta? Na visão socrática, amamos algo desconhecido, invisível, mas que não é efêmero nem passageiro. Amamos a sabedoria, que é universal e eterna. A dificuldade está em admitir essa visão filosófica e cristã sobre o amor. Temos dificuldade de considerá-la porque estamos presos à linguagem permeada de lugares-comuns de nosso cotidiano. Daí também a dificuldade em compreender o poema de Drummond:
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Nessas horas de comemorações, muitas vezes turbinadas pelo “apelo comercial”, fica complicado convidar o leitor a desenvolver idéias requintadas, “pensamentos complexos”, sobre o amor. Discussões mais demoradas e profundas, sobre temas como o amor, não são de nosso hábito. Estamos habituados ao conforto, não ao confronto de idéias. Dia após dia a televisão fornece modelos de amor para que sirvam de nossos guias. Enquanto isso, o conhecimento que recebemos de nossa tradição cultural fica escondido nas estantes das bibliotecas. Mas perder o trem da história e da tradição é uma forma de acomodação, o que é péssimo para nosso intelecto.
Uma questão: se ao amarmos alcançamos um maior conhecimento de nós mesmos, isso pode servir de estímulo para mudar/melhorar nossa visão de mundo? Ficaremos mais autônomos e com maior capacidade na solução de problemas individuais e sociais, inclusive com relação ao amor? Alguns, ao “descobrirem” o amor, afirmam que a vida ficou mais colorida, viver ficou “mais leve”... Seguindo a concepção do filósofo Sócrates, de que o amor “verdadeiro” é o amor ao conhecimento, ao bom e ao belo universais, nos momentos de descoberta e vivência do amor em nosso cotidiano estaremos exercitando nossa inteligência no sentido de ampliar nossa sensibilidade (não no sentido egocêntrico, mais no sentido social/democrático)?
Tendo que parar em algum momento esta reflexão sobre o amor, reconhecemos que, sobre esse tema, é necessário, nalgum momento, recomeçar tudo de novo. A propósito, e para curtir o dia dos namorados com algumas dúvidas na cabeça, que amor é esse que o poeta Drummond evoca no final do poema?
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem
(e matam)
a cada instante o amor.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
O QUE EU QUERIA DIZER
domingo, 7 de junho de 2009
UMA PALAVRA SÓ - Angela-Lago
Mineira de Belo Horizonte, Ângela Lago nasceu em 1945. É autora e ilustradora premiada no Brasil e no exterior, com vasta obra para crianças e adultos. Para o leitor interessado em se aprofundar na sua obra, bem como nas suas idéias sobre a importância dos livros (e tantos outros temas, tais como o lugar e papel da internet nos dias atuais), basta acessar o site www.angela-lago.com.br.
O livro que aqui citamos (e recomendamos aos pais, professores e ao público em geral), Uma palavra só, traz a seguinte resenha da editora Moderna:
Era uma vez um rei mandão — como muitos — que resolveu
castigar qualquer um que falasse uma mentira (mentira pelo
menos no seu ponto de vista). Mas a primeira vítima do castigo
real é seu próprio filho, condenado a nunca mais abrir a boca
para falar, a não ser, única e exclusivamente... a palavra “exclusivamente”.
É assim que o príncipe sai pelo mundo, respondendo
a tudo: “exclusivamente”. Até que um dia ele conhece Eva, uma
contorcionista que o ensina a ler e escrever. Ele percebe então
que, a partir das letras E –X – C –L – U – S – I – V – A – M – E – N –
T – E, ele pode formar muitas outras palavras. Ao começar a
dizê-las, porém, é denunciado e levado à presença do rei, que
decide revogar o castigo e até mesmo entregar-lhe a coroa se ele
conseguir responder naquele seu método “exclusivo”, a três perguntas.
O príncipe consegue, ganha a coroa, e o rei descobre que
o melhor que tem a fazer é ir ter aulas com a contorcionista.
Um dos objetivos dessa história é o de provocar uma reflexão sobre o poder, e a intransigência daqueles que provisoriamente detêm sua posse. Nas relações sociais (onde estão em jogo os mais variados discursos, e os interesses em torno da sua verdade ou falsidade), o poder desempenha um importante papel, marcando as ações dos sujeitos.
Quando se trata da ação humana, os imprevistos fazem a diferença, ainda mais se entram em cena sentimentos grandiosos, como a descoberta do amor. Ao mesmo tempo, a descoberta e posse da palavra permite a comunicação e a ampliação da visão de mundo de seus personagens.
COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA (fornecidos pela editora)
Esta história divertida recria os tradicionais contos em que um
rei, prepotente, castiga um inocente e depois é derrotado, quer
pela astúcia, quer pela intervenção de seres mágicos e protetores.
Aqui, zomba-se da prepotência do rei logo no início, com o
ridículo castigo que impõe. A fada protetora aparece na figura
de uma contorcionista de circo, cuja mágica é saber ler e escrever.
E o rei, contrariando as expectativas, não fica furibundo com
a sua derrota: numa atitude muito moderna e original, reconhece
que precisa de aulas com a contorcionista — quem melhor
para ensinar as pessoas a ter jogo de cintura? Outro ponto positivo
deste bem inventado texto é o de brincar com a composição
das palavras, um estímulo prazeroso para a criança que começa a
descobrir os segredos das letras.
quinta-feira, 4 de junho de 2009
POEMAS DE ADEMIR BARBOSA JR. - Do livro O SAPO VOADOR
O PATIFE tá enrolando de novo
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