quarta-feira, 16 de abril de 2008

O TEMPO



O tempo é um cão
que se estica sob o sol
depois de roubar
a elegância do lagarto.
E as vizinhas feiticeiras
empinam as vassouras
e fazem a calçada dançar
como se fosse voar...

Vestidos compridos
de minhas tias
paqueram o sol
e ele só tem olhos
para o verde do quintal
e a lerdeza do varal.

Sapos gorduchos
disfarçados de edredons
se espreguiçam na janela.

Tempo tantã
não sabe se é relâmpago
não sabe se é sol
chuva raio ou vendaval...

Tempo que não é Santo.
Não diz que milagre
fará amanhã!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

INFÂNCIA TEMPORÃ - Escrito por Teco Poeta Sonhador


Passou a infância.
Depois do parque
do circo e da praça
doamos as roupas
a nossos irmãos.

Como se fosse natural
tomamos vergonha
se estamos nus.

Dia após dia
a alegria recua
até os porões do coração,
e os brinquedos
acenam agitados
de dentro dos baús.

Repetem, repetem
os marmanjos:
- Vamos renovar
nosso estoque de sonhos!

Desfruto, todas as manhãs,
de frutas temporãs.
São meus brinquedos do dia-a-dia
que renovam o estoque de alegria
!

terça-feira, 25 de março de 2008

Poema de Teco

Poema de Teco, o poeta sonhador


Pingos prateados
de chuva
voam da árvore
até o veludo
do chão.


São notas musicais
que pousam
de pára-quedas
no meu coração.

quinta-feira, 6 de março de 2008

APRENDIZ


escrito por Teco, o poeta sonhador

Os poetas
triplicaram
as pernas
da imaginação.

Trouxeram
imagens esvoaçantes
como sombras na parede
das pás do ventilador.

À noite
espreito
(e desenho)
o pôr do sol
a cor das nuvens
o despertar dos ventos
as estrelas em movimento.

borboletas
tontas
invento
nas folhas
em branco
ao vento
tontas
e atracadas
na lâmpada
da sacada...

O lápis
quer desvendar
mistérios.
São as pernas
das idéias
seguindo a marcha
das centopéias.

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...