quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

CIENTISTA INVENTOR

Escrito por TECO, o poeta sonhador


Pedro comia de tudo

a qualquer hora do dia.

Orgulhava-se de ser

predador de iguarias.



Quanto mais comia

mais fome ele tinha...


Até que um dia,

de tanto atacar a geladeira,

os sonhos triplicaram.


Sonhou que devorava

o Cruzeiro do Sul

depois das Três Marias

depois do Planeta Vênus

depois de degustar a Lua

e mastigar o Sol...

Mas os sonhos

viraram pesadelos...

Quando ele acordou

o apetite havia fugido!


Comia nos pesadelos,

acordado não comia.




Certa noite

a mãe de Pedro

deu pra ele beber

uma poção polvorosa...

(Ela disse que era

muito saborosa,

e que foi enfeitiçada

por uma bruxa engenhosa).


A poção fez ele detonar

dúzias e dúzias

de puns coloridos,

que mais pareciam

fogos de artifício...


Como um balão furado

Pedro desinflou de todo lado

e expulsou os tais monstros

feitos do líquido enfeitiçado!


Voltou a sonhar e a relaxar

como se estivesse num SPA...


No sonho viajou e fez amigos

no Cruzeiro do Sul,

Marte, Vênus e a Lua,

e após descansar nas nuvens

realizou seu mais novo plano,

que virou eterno vício:


Virou cientista inventor

de fogos de artifício!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

VOVÔ FUGIU DE CASA

Sugestão de leitura

Livro VOVÔ FUGIU DE CASA, de Sérgio Caparelli, é muito legal!



Quando eu chegava, vovô já estava sentado no degrau da escada, fumando cachimbo. Sempre quieto, sempre sozinho, sempre olhando as coisas de um jeito esquisito. Nos dias em que estava mais alegre, fazia coisas maravilhosas com a fumaça. Soltava-a devagarinho, formando círculos que aos poucos se perdiam no ar. Ou então cavalinhos, gatos, tartarugas. Não gostava de fazer elefantes porque tinha de entortar a boca.
Nunca falava comigo, o vovô. Nem com ninguém. Principalmente se estava triste. Então de seu cachimbo saíam tristes navios. Desapareciam logo, navegando ao vento. Eu ficava desolado. Pondo as duas mãos no rosto, exclamava: “Ah, vovô, acabou!”. Ele tirava o cachimbo da boca e soprava mais um ou dois, dos grandes. Só para me agradar.
Ficava quieto horas a fio. Uns diziam que estava pensando nas montanhas de sua Itália, onde a uva plantada nas encostas espalha pelos vales um cheiro de vinho e de festa. Outros achavam que estava apenas fumando seu cachimbo e nada mais. Porém concordavam num ponto: estava caduco e esclerosado. Caduco eu sabia o que era. Esclerosado meu pai me explicou. Era uma doença que dá nas pessoas mais velhas, em que o sangue está cansado e não consegue irrigar o cérebro direito. A pessoa torna-se esquecida e cheia de manias.
Acho que as manias do vovô eram contagiosas. Perto dele eu não gostava de fazer barulho, de pular ou de correr...

DANÇA DA COCEIRA


Escrito por Teco, o poeta sonhador

Se você quer coçar
e não coça
é porque a coceira
é nas costas.
Você tenta tenta
e não alcança
e em vez de cocegar
você dança!

Onde será que você gosta
de fazer as tuas cócegas?

Você escolhe chulé
ou cocegar a sola do pé?

Você escolhe lombriga
ou cocegar a tua barriga?

Você escolhe injeção na veia
ou cocegar a tua orelha?

Você escolhe dor de ouvido,
ou cocegar o teu umbigo?

Se você tem cócegas
não pode
espirrar,
caçar tatu
nem arrotar,
mas de tudo tudo
o que você menos gosta
é de coceira nas costas,
você coça coça
e não alcança
e em vez de cocegar
você dança!

(Adivinhem qual a palavra que o Teco inventou?)

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...