sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cândido

Ela disse que não, mas eu pensei que conhecia sua beleza interior quando a desfrutasse nua, como veio ao mundo.
Eu era mais um ingênuo, um cândido, que acreditava em príncipes e fadas pornográficos.
Ao superar a ingenuidade, enumerei uma lista de "verdades", que vocês podem chamar de "meias verdades", ou "meias verdades do momento".
- Para conhecer sua beleza interior, não pode ser na pressa, na afobação.
- Para conhecer suas virtudes e defeitos, é preciso mais do que um dia, uma "ficada". Precisamos alongar o namoro, fazer o tema de casa.
- Para tê-la em sua plenitude, em vez de ficar na pegação, é preciso cheirá-la como flor, tocá-la suavemente, como a uma tela do tablet ou celular, uma tecla de cada vez.
- Para ser um amante íntegro, não seguir o senso comum dos amigos, de contar vantagens sobre o seu (próprio) amor. Não sei explicar, mas acho que tem a ver com amor próprio.
- Para ser um amante bem-sucedido, cuide para que o sexo mantenha certa distância da cabeça. Muito? Pouco? Quanto, eu não sei. Nesse assunto acho que ainda sou bem cândido!

O crepúsculo de Van Gogh

As nuvens eram criaturas selvagens e ‒ ao mesmo tempo ‒ gatos, cães, jacarés e lagartos, perfilados no horizonte próximo. piscaram...